Fig.1 - Previsão probabilística (em tercis) de consenso do total de chuvas no trimestre NDJ/2013. Para maiores informações acessar o INFOCLIMA (www.cptec.inpe.br) ou o site INMET (www.inmet.gov.br).

A mudança no padrão de chuvas sobre o sul do Brasil, que se estabeleceu no final de setembro, esteve associada às incursões de sistemas frontais e perturbações na média e alta troposfera que resultaram em anomalias de baixa pressão próximas à costa sul do Brasil. Em parte da Região Sul, houve ocorrência de tempo severo seguido por declínio acentuado das temperaturas. Apesar do aumento das chuvas em algumas áreas, o déficit de chuvas continuou predominando na maior parte do Brasil, destacando-se o aumento dos focos de queimadas nas Regiões Centro-Oeste e Nordeste.

As anomalias positivas de temperatura da superfície do mar na região do Pacífico Equatorial, que, segundo os modelos de previsão climática, indicavam o possível estabelecimento do fenômeno El Niño para o início do verão, diminuíram de intensidade no decorrer de setembro. Em consistência com esta nova configuração, as atuais condições oceânicas e atmosféricas são de neutralidade em relação ao fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENOS). Na região do Atlântico Norte, a persistência do aquecimento anômalo das águas superficiais, em conjunto com o resfriamento notado na região tropical do Atlântico Sul, podem exercer grande influência na distribuição de chuvas sobre o norte do Brasil, comprometendo o início das chuvas principalmente sobre o norte da Região Nordeste.

As Figuras 2 e 3 mostram os valores históricos da precipitação acumulada ao longo do trimestre novembro, dezembro e janeiro (NDJ), correspondentes aos limites inferior e superior do tercil médio da distribuição climatológica (faixa normal). O exemplo a seguir ilustra como o usuário pode combinar as informações dos três mapas para traduzir o prognóstico em termos de milímetros de chuva, para sua localidade de interesse.

Considere-se o caso da localidade de Florianópolis, capital de Santa Catarina (seta vermelha nas figuras ao lado). Os mapas indicam que a faixa normal de precipitação acumulada no trimestre NDJ situa-se, aproximadamente, entre 400 mm e 600 mm. Combinando esta informação com a previsão de consenso ilustrada na Figura 1, obtém-se que a probabilidade prevista da chuva acumulada em Florianópolis exceder 600 mm durante o trimestre NDJ/2013 é de aproximadamente 40%. Do mesmo modo, a probabilidade de que chova menos que 400 mm é de aproximadamente 25%. Finalmente, a probabilidade prevista de que a chuva acumulada em Florianópolis fique entre 400 mm e 600 mm é de aproximadamente 35%.